domingo, 26 de julho de 2009

Sem cicatrizes


nasci hoje.
me disseram o que era eu.
talvez fosse.
sei mesmo é que talvez o que guia seja o que eu não conheço.
tudo que eu vejo é mostrado por uma tela, ligada a um vídeo. nela tudo é editado,
por mim.

talvez eu seja mais do que um dia, nascido de um pai e uma mãe.
talvez não.
talvez nem o parto me deixou marcas.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Releitura


não sei o que eu estava pensando quando escrevi o texto anterior.
ele não é real, não sou eu.
pelo menos agora.
serei?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Jogando frases


Acabei de dar aula de X, na faculdade M e chegar em casa.
Vou escrever logo antes que durma e esqueça.

na aula disse aos alunos algumas frases da peça A Alma Imoral:
"O cavalo
que se sabe cavalo
não é cavalo.
O macaco
que se sabe macaco
não é macaco.
A cobra
que se sabe cobra
não é cobra."

então eu segui:
"o homem que não vê tudo e sabe que não vê tudo, de alguma forma, vê aquilo que não vê. O homem que vê tudo e sabe que tudo o que vê não é tudo o que é, de alguma forma, vê o que não vê. O homem que vê tudo e sabe que tudo que vê é tudo não vê que tudo que vê não é tudo o que é."


Pena que não pude contar a história do homem tolo, que era tão tolo que nunca conseguia se organizar e achar suas roupas ao acordar. Era tão difícil para ele que antes de dormir já se sentia triste pela manhã de busca frustrada que viria ao acordar. Certo dia ele pegou uma folha de papel e escreveu nela o local exato e detalhado de cada peça de roupa. Ao acordar no dia seguinte, pegou o papel e logo encontrou o chapéu e disse: chapéu! encontrou o camisa e disse: camisa! E assim se vestiu por completo e então se olhou no espelho. Faltava alguma coisa. Faltava ele. Não se encontrava, não importa quanto procurasse, nas suas normas bem estabelecidas naquele pedaço de papel não constava o local do seu eu.

Complicado, então, no metrô, lembrei de uma última parte:
"A maior solidão é a de não encontrar a si mesmo."

_Postagem de autoria desconhecida

domingo, 19 de julho de 2009

Primeiro




A vocês dou o começo.
Um dia darei o fim.

O que lêem aqui é um resquício transformado em outra coisa qualquer de alguma concepção minha.